Participando da iniciativa da amiga Norma Emiliano
Palavra sugerida "Estranhamento"
Em uma pacata vila, onde o tempo parecia ter tirado uma soneca, vivia um homem chamado Elias. Ele era conhecido por sua rotina imutável e sua aversão a qualquer mudança. Mas um dia, algo extraordinário aconteceu.
Elias acordou e percebeu que o mundo ao seu redor havia se transformado. As casas, antes modestas, agora exibiam cores vibrantes e formas extravagantes. As pessoas, antes vestidas com roupas simples, agora usavam trajes extravagantes e chapéus peculiares. Até mesmo os animais pareciam ter se transformado, com galinhas cacarejando melodias e vacas mugindo poemas.
Elias sentiu um estranhamento profundo, como se tivesse sido arrancado de seu mundo familiar e jogado em um universo paralelo. Ele se sentia como um peixe fora d'água, um estranho em sua própria terra.
Ele caminhou pelas ruas da vila, observando as pessoas com curiosidade e apreensão. As pessoas, por sua vez, o olhavam com estranheza, como se ele fosse um ser de outro planeta. Elias se sentia cada vez mais isolado, como se estivesse preso em uma bolha de estranheza.
Ele decidiu procurar o prefeito da vila, um homem conhecido por sua sabedoria e bom senso. Ao chegar à prefeitura, encontrou o prefeito sentado em uma cadeira flutuante, usando um chapéu com hélices e lendo um livro de poemas de galinhas.
Elias explicou ao prefeito o que estava acontecendo, mas o prefeito apenas sorriu e disse: "Meu caro Elias, você está apenas experimentando a beleza da mudança. A vida é como um rio, está sempre fluindo e se transformando. Não tenha medo do estranhamento, abrace-o como uma oportunidade de crescimento."
Elias não entendeu as palavras do prefeito, mas decidiu seguir seu conselho. Ele começou a explorar a vila, a conversar com as pessoas e a experimentar as novas formas de vida. Aos poucos, ele começou a se acostumar com a mudança, a apreciar a beleza da diversidade e a se sentir parte daquele mundo estranho.
Um dia, Elias acordou e percebeu que tudo havia voltado ao normal. As casas, as pessoas e os animais haviam retomado suas formas e comportamentos habituais. Elias sentiu um misto de alívio e nostalgia. Ele havia se acostumado com a estranheza, mas também sentia falta da familiaridade.
Elias percebeu que a mudança não era algo a ser temido, mas sim uma parte natural da vida. Ele aprendeu a abraçar o estranhamento, a encontrar beleza na diversidade e a se adaptar às novas realidades. E assim, Elias viveu o resto de seus dias com um coração aberto e uma mente curiosa, sempre pronto para explorar os mistérios da vida.
(Gracita Fraga)
Boa tarde de sábado, querida amiga Gracita!
ResponderExcluirSenti-me em comunhão com o homem do seu esplendoroso conto.
Acredita que, morando em frente a praia há 7 anos, não me sentava na praia para me refrescar?
Desde final de dezembro, vou todo dia, em momento diferente da caminhada diária que sempre fiz onde moro ou morei. Achei lugares reservados onde não há bagunça.
No início, estranhei o que via... depois, não mudo meu modo de ser, claro, mas saboreio o que contemplo no mar. Vida nova pode até se estranhar, mas pode explorar novas possibilidades sim, amo ver e sentir o vaivém das ondas virem me beijar pés e pernas... uma delícia. Já ganhei mais familiaridade.
Aforei vir aqui agora no meu descanso após praia.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos fraternos
Gracita, aplaudindo muito daqui! Elias estranhou tudo o que via, não percebia que fazia parte das mudanças.
ResponderExcluirAdorei e fiquei imaginando as vacas mugindo poemas! Só tua grande inspiração !!!
Lindo demais teu conto!
PARABÉNS!
beijos, tudo de bom,chica
Um conto com todas as nuances dos comportamentos humanos diante do novo que vai da estranhezas às curiosas e expansões da mente que levam ao crescimento. Grata pela preciosa adesão, Boa noite.
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